quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Email narrando acontecimentos estranhos no Mundial de Menores

Pessoal, abaixo repasso o email que recebi do padel list sobre os acontecimentos no mundial de menores em Sevilha - Espanha.
No relato abaixo, me causou certa indignação, quando o autor da coluna DIFAMA o nosso querido guri de Alegrete, Lucas Campagnolo, que todos conhecemos. Certamente a Professora Vera, que formou Lucas, Gabriel e tantos outros, se manifestará sobre esse comentário. Aguardamos. ABAIXO O EMAIL:
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BRASIL FOI PREJUDICADO E FICOU DE FORA DA FINAL DO CAMPEONATO MUNDIAL EM SEVILHA

Neste último sábado o Pádel Mundial registrou uma de suas páginas mais tristes da história.
O Brasil disputava uma vaga na final contra o vencedor de Argentina e Canadá, contra a seleção da Espanha. Como de costume as três partidas da categoria sub 14 sub 16 e sub 18 estavam sendo disputadas conjuntamente e a nossa seleção havia sido derrotada na categoria sub 16 por (0 x 2), estava disputando o terceiro set na sub 18 e havia fechado o primeiro contra a Espanha por (7 x 6) na sub 14. Ressalte-se com uma atuação digna de registro, do padelista Gabriel Henrique Dal Ri, que substituiu com justiça o titular Lucas Bergamini.
No segundo set da partida a dupla brasileira estava vencendo por (5 x 4), com saque a favor e placar no game em 40x15, ou seja, com duplo match point a favor.
Lucas Campagnolo, o principal jogador brasileiro desta categoria não atuou com o brilho que se esperava e demonstrou nesta partida um surpreendente desequilíbrio emocional, fato este que foi decisivo para a quebra do serviço brasileiro pelos espanhóis, fechando o set e empatando o jogo em 5 x 5.
No intervalo todos tomaram conhecimento da derrota da dupla formada por Matheus Simonato e Lucas Cunha por ( 1 x 2 ) para a dupla espanhola formada por Álvaro Cepero e Andoni Bardasco.
Ao tomarem conhecimento que o Brasil não teria condições de suplantar a Espanha, o lado emocional dos jovens atletas brasileiros da sub 14 foi altamente afetado, principalmente do padelista Lucas Campagnolo que chegou a ser advertido pelo arbitro da partida, por ter chutado o portão que divide as quadras, num ato incomum para um jogador deste nível, ainda mais vestindo a camisa da Seleção Brasileira de Pádel.
Conclusão o Brasil foi derrotado no terceiro set por fragorosos ( 0x6 ), fato que naquele momento decretava a vitória espanhola por ( 0 x 3 ).
Ocorre que, ao tomar conhecimento que a Espanha havia escalado o mesmo atleta, Andoni Bardasco, para atuar no mesmo campeonato em duas categorias diferentes, na sub 16 no confronto contra o México e na sub 18 contra o Brasil, em uma clara e premeditada ação para obter vantagem indevida que contraria as leis que regulam o Pádel Mundial, o manager da seleção Elton Oppermann prontamente se dirigiu a autoridade máxima da competição, o arbitro geral Sr. Francisco Javier Rodriguez Aparício, para reclamar e apresentar uma petição de impugnação da partida onde o atleta espanhol atuou de forma irregular contra o Brasil.
Depois de muita discussão e barreiras impostas pelos espanhóis que representavam a FIP – Federação Internacional de Pádel, para aceitar a petição de impugnação formulada por este colaborador do Paddle list, que neste litígio atuou como assessor jurídico da Cobrapa, nós conseguimos protocolar o recurso de impugnação às 23 horas de sábado dia 17/10/2009.
A Cobrapa teve o apoio da Argentina, do México, do Uruguai, de Portugal em apontar o erro grotesco cometido pelos espanhóis, ficando em uma situação de neutralidade a delegação do Canadá.
Depois de várias reuniões que adentraram a madrugada de domingo, dia 18 de outubro de 2009, onde se discutiu qual a posição a ser tomada pelo Brasil no caso de uma decisão contrária as normas do Pádel e interesse direto do Brasil.
Todos esperavam a neutralidade da comissão organizadora do Mundial, mesmo sabendo que eram espanhóis, pois aplicar a regra é dever em qualquer caso, mesmo que fosse para desclassificar a Espanha do Mundial.
Utilizar um atleta em duas categorias no mesmo campeonato de nações sempre foi proibido, isto é público e notório. A COBRAPA não abriu mão de um Principio Básico do esporte, em nome da ética, da seriedade e da decência, e em uma votação unanime da comissão técnica e da diretoria da Cobrapa na Espanha foi decidido não disputar o terceiro e quarto lugares contra o Canadá, no caso de não ser deferida a impugnação postulada.
Ressalte-se neste episódio a postura coerente e correta da delegação mexicana que esteve ao lado do Brasil, mas principalmente no lado da ética e das normas que regem o Pádel Mundial.
A Argentina se manifestou publicamente no domingo antes da disputa da final, atraves de uma nota de protesto contra a atitude ilegal e antidesportiva da Espanha, que claramente usou todos os expedientes legais e ilegais para garantir a sua vitória neste Mundial. A presença da televisão transmitindo ao vivo as partidas para toda a Espanha, os patrocinadores, a intervenção política, o dinheiro envolvido foram os elementos que caracterizaram um jogo de cartas marcadas.
No domingo pela manha, houve uma reuniao com duração aproximada de 4 horas entre o presidente da FEP o Sr. Miguel Medina, da FIP o Sr. Adilson Dallagnol, Vice presidente da Cobrapa o Sr. Geovane Dal Ri, manager da COBRAPA o Sr. Elton Oppermann, representante do México o Sr. Pepe Garcia, representante da Argentina o Sr. Rossi, do Canadá o Sr. Bill Stamile e do arbitro geral o Sr. Francisco Javier Rodrigues Aparício, onde todos os envolvidos discutiram o tema, colocando as mais variedades teses para justificar as suas condutas.
A Espanha, organizadora do evento e uma das forças mundiais do Pádel, disse que o pedido do Brasil era improcedente porque a nova normativa técnica aprovada pela Assembléia Geral, órgão máximo de decisão de acordo com o Estatuto da FIP, em reuniao realizada na cidade de Calgary no Canadá em 26 de agosto de 2008, não possuía poder para definir e decidir, sem que a FIP aprovasse formalmente e publicasse as alterações aprovadas em 2008.
O Brasil em todo o tempo que durou a tensa reuniao apontou todos os artigos de lei que sustentavam a tese que a Espanha havia burlado o regulamento para benefício próprio, fato este que irritou profundamente os representantes da Espanha e do Canadá. Louve-se a participação ativa do Sr. Elton e Geovane na defesa dos interesses do Brasil enfrentando a arrogância e prepotência demonstrada pelos representantes da Espanha.
Um ponto negativo que temos que ressaltar foi à participação passiva do presidente da FIP, Adilson Dallagnol no episódio, porque não tomou posição e como dirigente máximo do Pádel Mundial se absteve de usar o poder de mando que possui para decidir sobre questões como esta.
Ressaltamos que o Brasil não estava pleiteando o que não tinha direito e por isto foi lamentável a omissão do Sr. Adilson Dallagnol, presidente da FIP.
Ao final da reuniao o arbitro geral, o espanhol Francisco Javier Rodrigues Aparício, em sua resposta aos pedidos do Brasil, para eliminação da Espanha, por evidente e comprovada conduta antidesportiva e ilegal, prejudicando aos demais países participantes e colocando em dúvida a honestidade e lisura do resultado do Campeonato Mundial de Menores, o arbitro espanhol considerou como absolutamente normais as atitudes da Espanha e manteve os resultados obtidos.
Em uma decisão formal de três paginas, o espanhol Francisco Javier conhecido no meio do esporte pelo apelido de “Paco” sepultou o Princípio mais valioso do esporte, a ÉTICA. Na visão do Senhor Paco é obrigação dos capitães realizarem a conferencia das equipes adversárias e no caso de perceberem alguma irregularidade deve ser formulada antecipadamente uma impugnação.
O esporte é uma atividade que tem como principal função aproximar as pessoas, criar um ambiente de confiança mutua, de amizade e respeito entre os competidores. Neste episódio lamentável para o Esporte todos perderam, pois a partir de agora foi aberto um perigoso precedente, onde a desconfiança será a regra e não uma exceção.
Concluindo esta narrativa, que pessoalmente me deixou muito triste, pois valores e regras foram rasgadas em nome de uma vitória sem brilho e eivada de vícios insanáveis, a COBRAPA em minha opinião agiu de forma acertada, pois não se curvou a interesses menores e defendeu heroicamente o esporte, contra tudo e todos, mesmo sabendo que no futuro poderá sofrer sanções por sua posição radical e destemida.
O BRASIL demonstrou dentro e fora da quadra qualidades e virtudes que serão um exemplo de luta pela preservação de valores e dignidade no esporte e mesmo com todas as dificuldades e falhas que todos têm conhecimento, o nosso Pádel não deve nada a chamada elite formada pela Espanha e Argentina.
A nova geração do Pádel veio para ficar e trazer vitórias no feminino e no masculino. Temos que aprender com os erros e manter uma das principais qualidades deste grupo, a união entre os atletas dos diferentes Estados da Federação. Não houve espaços para regionalismos e esta é sem dúvida a nossa maior conquista.
Um abraço leitores e obrigado!
Escrever sempre foi um grande sonho, que consegui realizar atraves deste veículo, cuja credibilidade, seriedade e transparência são incontestáveis.
Obrigado Mauricio pela oportunidade!

José Henrique Klein
Colaborador da PADDLE LIST

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